Arte, porque a vida por si só não deu conta dela mesma





domingo, 29 de maio de 2011

Amor Platônico - ou Poema Canção II

o amor aquece a alma
mas num dia de frio
quem me abraça é o vazio
e o travesseiro é companheiro
dessa minha dor

que o meu poeta fingidor inventou
eu puxo o cobertor
e me ponho a sonhar
sonho num canto
que brinco no entanto
de ser o ar 

da sua bolha de sabão
de ser o mar que leva o brinco então
pra yemanjá rainha 
me levar até lá
que esse meu amor é lá lá iá lá iá
é poema canção
que brinco de amar...
que sonho que canto
que brinco que encanto
que amo sonhar
ai como é bom inventar 

uma poesia, um amar, pra se distrair.
amor platônico
sem dono sem dano
amor sem engano
amar sem perder
amor só de um
sou só seu sem ser

eu sem você
ai como é bom inventar
uma poesia, um amar, pra se distrair
yemanjá rainha
me leva lá
que esse meu amor é lá lá iá lá iá
 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A DEUS! - ou poema oração

Escuta aqui!!!!!

Vocês aí tão longe
que algo em mim se esconde
pra não dizer adeus

Vocês aqui tão perto
que algo  em mim deserto
pra não dizer adeus

Vocês aqui tão vida
que algo em mim partida
pra não dizer adeus.

Vocês aqui tão morte
que tudo em mim é corte
pra não dizer já deu.

Vocês três cinco ou seis
que algo de mim leveis
pra não dizer a Deus.

em memória de Flavia Selbovitz, Sergio Luis Gelio, Pedro Gelio, Alberto José de Mattos e Camila Monteiro.
em memória de alguns vivos que também morreram...

Esses ecos

enquanto isso você escorre cachoeira aqui dentro
e eu já nem tento entender
esse eterno que fomos
tão terno 
teu toque
tão choque 
tão tenro
se não fosse esse infante que somos...


enquanto isso você desaba pirambeira aqui dentro
e eu já nem tento entender
esse demasiado que fomos
tão oceanos
tão danosos
tão humanos
se não fosse esse infinito que somos...


enquanto isso você inflama fogueira aqui dentro
e eu já nem tento entender
esse espelho que fomos
tão alma
tão lama
tão cama
se não fosse esse inferno que somos...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

BAR

e aqueles corações líquidos,
cada qual numa mesa do bar...
um tinha um chopp gelado
o outro, um cigarro
cada qual na sua mesa do bar
esfriava sua alma inflamada
Olharam-se.
convidaram-se tão mutuamente
flertando ainda sem saber com o quê
alguns chopps adiante e um cinzeiro afogado em mágoas...
Viram-se.
um coração líquido percebeu -se bem ali
no espelho dos olhos daquele desconhecido
Encontraram-se.
olharam e amaram
amaram tão sinceramente
tudo o que ali doía.
Liquefeitos, liquidados.
- Mais um chopp, por favor!
amaram tão sinceramente
cada cinza que caía.
- Deixa eu beber um gole seu?
E cada pedaço de morte.
- Me dá um trago seu?
Cada resto.
Cada um naquela mesa do bar.

Consumidos, consumaram-se.

domingo, 8 de maio de 2011

REBANHO

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O egoísmo é inerente ao indivíduo, não ao ser HUMANO. A solidão, essa sim, é natural do homem. O que não adianta é reagir a ela com a redoma do desejo de rompê-la ou ludibriá-la. Você pode se tornar um egoísta ou um altruísta hipócrita. E você pode não tornar-se. Todavia, convém prudência pra não virar um refém de todas as coisas. Em todo caso, ou acaso, apenas esteja. E se for pra estar no rebanho, que não seja por solidão, mas por escolha de consciência.