Arte, porque a vida por si só não deu conta dela mesma





domingo, 20 de outubro de 2013

ECLIPSE















Que olhar foi esse que me viu?
Me espiou, me despiu?
Olhar de passado de lado 
Um presente?
ao futuro me lança
escuro
me espiou?

Que olhar foi esse que me viu?

Descarado!
chamou-me chama
da loucura caudalosa
labareda
espaçosa
agitada
nervosa
preguiçosa de cessar
só ocio neura preciosa
sócia à nebulosa

Que olhar é esse que me navega?
como quem marinheiro ou andarilho aporta ilha deserta?
esse olhar que me explora como se eu floresta?

Olhou com olhar de esguelha
no escuro....
no escuro...
no escudo pulou o muro
e me noite me nua me lua crescente prazer

Descaradamente!

Noite de lua indecente
Me percorre
Cada chama lua minha Incandescente de Áries

Que olhar plutão foi esse que me eclipse?!
evidente
expoente
espreitou
escondido
escorpião

esse olhar que me escolheu me mar me turbilhão?
tremeu
transviu
transou
o verbo no verso do silêncio sou eu
e o olhar me viu sem querer bem que se quis não me ter
esse olhar viu que nada em mim e bebeu
águas profundas
tão fundas
que findas
que lágrimas

esse olhar que me deixa
atrapalhada me fogo n'água
esse olhar que me deixa
clara eu obscuro
esse olhar que me beija
sombrio à sombra que a luz do sol medra escondido atrás do luar
chama
ainda assim
chama
incendeia
a verve
a veia
o seio
descabelo, desaponto, despenteio
meio que sem querer bem que se quis não me ter

ponteiro anda parado sem parar
inércia do agito agito agito
piro pura pirofagia puta pathos pus pela pia
suor e sangue
áries entre si marte entrecortada arte escorpião eclipsada plutão
palavra colapsa

duas meninas...

que o olhar foi esse que nos viu?
na hora!
como se nos visse
como se nos fora
como se fosse embora
passado nos memória

teu olhar me demora o meu
branco escuro
obscuro e brando

meu olhar vazio ali sentado na praça fazendo só fumaça pela boca à mão automática o vai e vem do cigarro, poesia, desgraça.

eu no banco a esmo neve e branca em pleno sol de meio dia, Rio de Janeiro

viro inverno reviro inferno fogo chama marte e plutão

quedo-me queimo e pó

o olhar bem que me olhou bem que me quis não que querer mais e me passou pra trás me virou página
passado
mofo
amargo
amarelada

Ah! O tempo!
Passa marte nuvem plutão sol chuva lua áries escorpião, tudo eu nós no céu constelação!

O tempo também chora quando chuva mas passa vento sol e...

Ora essa! me vê mulher - olha!

a nuvem dissipa e o eclipse passou tão lindo, quem viu?

Que olhar foi esse que me descobriu?

Alessandra Gelio e Paula Uchoa Nunes
Plutão e Marte
Áries e Escorpião
de mãos dadas olhando para o arco-íris nos ver
pequenas sob entre sobre parte até da imensidão


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