Arte, porque a vida por si só não deu conta dela mesma





quarta-feira, 9 de outubro de 2013

SANTA PUTA DO BOM CORAÇÃO

Hoje  ela tá domingo
A vida meio que ferida
Preferia estar dormindo

E a poesia,
matada,
morrida

Não lê saída, 
não comera,
não sorrira

Rosto sem fachada, nem maquia...

Hoje ela é sala vazia
Sem sofá, mesa indisposta
tudo é vácuo até a porta.

O vaso quebrado
Já nada
entre as flores doloridas
N'águas amargas
afoga alma murcha
no chão derramada

Liga não, sem velório!
Só uma puta filha da puta
Santa oca a dar no pau!

Vale nada, coisa pouca!
Nem a marca do batom
borrado vermelho na boca!

Vale nada, coisa pouca!
Nada que preste, tá gasta
Sem graça, pra que prece?

Vale nada, coisa pouca!
É só uma quimera perdida
uma merda de vida
um quisera qualquer
 mulher partida!

uma bobagem, um porém, um senão

Vale nada, coisa pouca!
Vale não...

 Nenhum resto de praga
nem migalha
Tem nada nessa puta velha que valha
Tem não!

 Nenhum anel sequer,
nem farelo de pão

Tinha, dizem por aí,
doses de alto teor de amor no coração.
Mas esse tum tum tum aí, já que parou...
Já não vale nada não.

Enfia logo debaixo da terra essa porra de caixão.
Enterra logo, que a filha da puta num minuto vira santa!
Vai ver se não!
Santa Puta do Bom Coração.

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